CANDIDATAR-ME A UM EMPREGO
CONHECER A PROPOSTA
CV
ENTREVISTA DE EMPREGO
APRESENTAÇÃO
NEGOCIAÇÃO
PARA ONDE DEVES OLHAR ANTES DE MERGULHARES NUMA PROPOSTA DE TRABALHO
Quaisquer que sejam as tuas circunstâncias, e por mais desesperado ou animado que te possas sentir, vale aqui lembrar: é extremamente importante analisares todas as ofertas ou propostas de trabalho que encontres ou te sejam apresentadas e não seguir só em frente porque “apareceu” aquela opção.
Estar num emprego que gostamos e que nos faz sentido envolve imensas variáveis que não apenas o “próprio trabalho” – a tua felicidade, relacionamentos, perspectivas e progressão na carreira, autoconfiança, bem-estar e saúde, entre milhentos outros factores.
Lamentamos informar mas sim, pode acontecer que uma escolha precipitada te possa levar a um emprego ao qual fiques “preso” apenas por não teres parado para pensar devidamente nas coisas.
Alguns critérios para olhar para uma oferta de trabalho
1. Pesquisa sobre o teu potencial empregador
Brinca aos dectectives mas agora na vida adulta: pesquisa sobre essa empresa/empregador. As redes sociais podem ser excelentes fontes de informação, principalmente em termos de opinião do público a quem aquela empresa se dirige/com quem contacta.
Tenta reunir o máximo de informações possível sobre as pessoas da organização, os valores daquela empresa, o ambiente de trabalho e sobre o estilo de gestão das chefias daquela estrutura. Consegues imaginar-te ali ou isso representaria um choque cultural? Terias orgulho em dizer que trabalhas lá?
É possível consultar as contas da empresa? Qual a sua posição financeira e de mercado? Este tipo de dados pode ajudar a compor a visão de uma empresa.
2. Salário
É sabido que o salário é um dos pontos, se não “o mais”, tido em consideração na escolha entre ofertas de trabalho.
Contudo, é preciso avaliar o quanto realmente valem as tuas habilidades e experiência antes de aceitar o salário que é ali oferecido, naquela proposta de trabalho. Existem ferramentas como o glassdoor que podem dar uma boa ideia das faixas salariais médias em cada sector, cargo, localização e empresa.
Também é importante considerar as tuas perspectivas futuras. O salário oferecido pode ser adequado para agora, mas, sem aumentos anuais garantidos, o custo de vida pode aumentar ao longo do tempo – ou isso é até quase garantido. Se te foi oferecido um salário baseado em comissões, as estruturas de bónus são realistas? Neste cenário, e se for possível, experimenta perguntar ao futuro empregador com que frequência as pessoas atingem as suas metas.
3. Benefícios e vantagens
- Férias – Quantos dias de férias são garantidos? Há condicionantes para obter dias de férias extra?
- Seguros de saúde – Estão incluídos? Quais são os prémios? Tem coberturas como dentista ou oftalmologista?
- Ações – A empresa oferece a subscrição de determinados produtos de mercado como ETFs ou compra de acções directas? Espreita os nossos separadores dedicados ao investimento para melhor compreensão
- Reforma – Que contribuições a empresa fará? Apenas as “normais” da Segurança Social? Existe uma caixa de providência própria?
- Participação nos lucros – Existe um plano para dar aos funcionários uma participação nos lucros da empresa? Uso de carro da empresa, telemóvel ou computador – São fornecidos? Caso não sejam, as despesas com estes equipamentos serão reembolsáveis?
- Outras vantagens – Existem benefícios adicionais oferecidos, por exemplo, ginásio, creche, custos de viagem, licenças sabáticas, etc?
4. Despesas
Uma das maiores despesas a considerar ao avaliar uma oferta de emprego é o trajecto que terás de percorrer entre tua casa e o trabalho. O que gastas em transportes (sejam públicos ou a tua própria viatura) aumentará?
Se o novo emprego implicar que mudes de casa, para outro local (cidade ou até país), o que é oferecido compensa o esforço da mudança e o custo de vida que tal implicará?
Às vezes, esquecemo-nos dos custos ocultos de uma nova oferta de emprego – um novo guarda-roupa, por exemplo, ou cobertura de seguro de acidentes pessoais (caso específico mas que pode suceder consoante o acordo celebrado). Se o trabalho é remoto, e pode ser prestado a partir de casa, a empresa vai garantir o fornecimento de equipamentos decentes?
5. Tempo
Como entender o tempo que determinado trabalho nos ocupa? Não é fácil.
Naturalmente que consoante o tipo de responsabilidade for mais alto, mais facilmente a carga horária ou o tempo despendido com aquele trabalho será mais alto.
Se és pago à hora, podes aceitar facilmente a oportunidade de trabalhar mais horas pois receberás mais por isso. Mas se recebes um salário, podes acabar ressentido por trabalhar para uma empresa que espera que trabalhes 12 horas por dia mas só paga oito. Se as horas extras são uma expectativa para aquela empresa, isso pode significar que, em bom rigor, vais receber menos por hora do que no teu trabalho actual.
6. O teu plano de carreira
Conseguir um novo emprego pode ser a tua prioridade agora mas não te podes esquecer de pensar cuidadosamente em como isso afetará as tuas perspectivas de carreira a longo prazo.
Se aceitares uma oferta de emprego por impulso e não der certo, provavelmentee estarás desesperado para sair daqui a uns tempos. Repete o mesmo erro novamente e vais olhar para o teu currículo cheio de vários empregos de curta duração que pouco ou nada significaram para ti. Tudo isso pode ser uma espiral negativa e afectar negativamente futuras perspectivas de emprego.
Pensa de forma estratégica o quanto possível – vais mesmo para ali? Vai-te levar onde queres? Ou até é já este o sítio que procuravas?
7. Pesquisa sobre aquele trabalho
Lê muito atentamente a descrição do trabalho em causa e o que procuram da pessoa que o vai ocupar. Tens de te sentir confiante de que o trabalho em causa é algo que vais quer fazer e que te vai trazer satisfação.
Também é importante ter certeza do que é exactamente esperado de ti e não menos importante, que essas expectativas sejam realistas. Se a especificação do trabalho parecer muito longa ou muito curta, ou se não corresponder ao cargo, talvez seja necessário fazer mais e mais perguntas.
Dica
Se estiveres preocupado com o facto das tuas capacidades não corresponderem às que são pretendidas para aquele trabalho, revê ou faz a tua própria Análise SWOT Pessoal, como ensinámos por aqui no outro separador! Ajusta tanto quanto possível o que é esperado de ti àquilo que queres e podes oferecer e ainda ao que queres ver acontecer naquele emprego.
Tomar a tua decisão
Agora que já avaliaste tudo… vamos tomar uma decisão!
Algumas ofertas são boas demais para serem recusadas. Os prós superam os contras e se assim é, aceitar aquele emprego pode ser o caminho certo a seguir.
Outras vezes, apesar de o trabalho parecer adequado, a oferta não é o que esperavas, ou alguns dos termos do contrato que te dizem respeito não vão ao encontro do que tu procuras. Neste caso, dá para negociar? Tem em mente que por vezes pode parecer “estar a pedir demais” mas, na maioria dos casos, as empresas têm de facto espaço para negociar e ceder em questões que para ti são centrais e para eles, podem ser facilmente concedidas.
Se, depois de pesar tudo, a oferta ainda não corresponder às tuas expectativas, a melhor decisão provavelmente é recusar essa oferta. Lembra-te sempre de o fazer de forma educada, de forma a deixar aquela porta aberta – quem sabe não te candidatas novamente àquela posição ou a qualquer outra dentro da mesma empresa.
Podes só dizer que não porque, de facto, não te interessa? Força, segue em frenrte com confiança.
ATENÇÃO
Cuidado com o “jogo duro” com potenciais empregadores. Embora a negociação muitas vezes possa ser produtiva, pedir demais pode sair pela culatra se não fores cuidadoso. Certifica-te de que os teus pedidos são razoáveis, principalmente quando se trata de expectativas salariais.
OBSERVA
É importante que estejas atento quando fores às instalações da empresa, para que possas avaliar o “humor” das pessoas que conheces e perceber se trabalharias bem com elas. Faz perguntas inteligentes sobre os critérios listados acima em momentos apropriados durante o processo de entrevista, pesando e considerando em que momento as deves lançar – em especial, no que diz respeito ao salário.
PONTOS-CHAVE
A empolgação e o alívio que sentimos quando recebemos uma oferta de emprego podem significar que muitas vezes somos rápidos demais a aceitá-lr. Mas os riscos de dizer “sim” a um trabalho para o qual não estás ou és adequado podem resultar num sentimento terrível de que te estás a desviar da carreira escolhida.
É aconselhável reservar um tempo para avaliar objectivamente uma oferta de emprego e se ela realmente combina contigo e com os teus objetivos de carreira de longo prazo. Lembra-te de olhar para além do salário, verificar cuidadosamente os termos da oferta e avaliar como o trabalho afectará a tua vida além do trabalho.
Depois de avaliar minuciosamente aquela oferta de emprego, estarás numa posição muito melhor para decidir se deves aceitar o emprego, tentar negociar um acordo melhor ou rejeitar a oferta completamente.
ESCREVER O TEU CURRÍCULO (CV)
O teu currículo é a tua oportunidade de destacares as tuas realizações e comunicar como podes usar a tua experiência para ajudar outra pessoa. Portanto, deves certificar-te que o teu CV é claro, conciso e actualizado.
O que acabámos de dizer é ainda mais importante quando consideramos que a empresa à qual te candidatas receberá outras dezenas, centenas, milhares (?) de CV’s e é muito importante que consigas garantir que o teu, pelo menos, será lido.
Então, qual é a melhor maneira de criar o teu currículo? Uma rápida pesquisa online produz literalmente milhões de resultados que exploca, como escrever um bom. Que abordagem usar?
Disclaimer
Aqui incluímos dicas e estratégias que consideramos mais eficazes para escrever um currículo. No entanto, não há regras definidas e há muitas opiniões diferentes sobre a maneira certa de formatar, escrever e estilizar o teu currículo. Portanto, usa o teu próprio bom senso, dependendo da função para a qual te estás a candidatar, da cultura e das práticas recomendadas na tua zona e sector.
LAYOUT E CONTEÚDO CHAVE
Algumas dicas simples que deves incluir:
Outras dicas para acrescentar valor
- Ao descrever realizações na carreira, evita adjectivos. Usa palavras de ação fortes, como “analisado”, “negociado”, “implementado” e “concluído”. (pesquisa online outras opções de acção forte)
- Sê o mais específico possível ao destacar o que já alcançaste na tua carreira – Por exemplo, quanto dinheiro conseguiste poupar ao departamento onde trabalhavas? Quantas novas vendas conseguiste?
- Evita descrições clichê do género “orientado para o cliente”, “grandes habilidades de comunicação” ou “capacidade de pensar fora da caixa” que geralmente significam pouco. Comunica só de forma clara, concisa e simples.
- Evita tipos de letra extravagantes ou negritos e sublinhados. Aposta num tipo de letra fácil de ler, como Times New Roman ou Arial de 10 a 12.
- Não incluas informações pessoais como hobbies, interesses ou situação familiar, a menos que estejam especificamente relacionadas. Terás oportunidade de os discutir durante a entrevista, se for relevante.
- Ao finalizar o currículo, certifica-te de que a formatação está correcta. Por exemplo, todos os marcadores estão alinhados e pontuados da mesma forma? O tipo de letra é igual em todo o CV? O texto está consistentemente alinhado com a margem direita ou esquerda?
O remate final
Depois de terminares o rascunho final do teu currículo, tira um tempo para o rever cuidadosamente. (Ler em voz alta ajuda!) Se enviares um currículo com erros ou má redação, o empregador possivelmente vai questionar a tua atenção ao detalhe e o teu profissionalismo.
Envia o teu currículo por e-mail para ti mesmo e para vários outros colegas ou amigos – às vezes, os documentos ficam desformatados em diferentes computadores ou dispositivos. Não te abstenhas de pedir feedback também!
Depois de escrever um currículo com o qual estejas satisfeito, deixe-o em paz e atualiza-o apenas quando necessário. DO NOT OVERTHINK, gasta esse tempo a procurar outras oportunidades.